segunda-feira, 23 de julho de 2012

Aposta Perdida

Pode ser clichê e previsível, mas decidi escrever sobre uma grande cantora, que admirei muito sua voz e estilo, e que deixou esse mundo há 1 ano. Escrevo sobre Amy Winehouse.

Tatuada, drogada, revoltada, deprimida, infelizmente é assim que todos se lembram de sua figura. Mas essa mulher acrescentou e muito o mundo da música, através do seu sofrimento.

Quem não consegue falar sobre o que sente, escreve. Essa técnica funciona muito bem e alivia o peito, como se você tirasse dele uma rocha. Parece que se respira melhor depois de uma canção melancólica.

A tristeza dela era tão grande que rendeu um álbum inteirinho. Back to Black nasceu para contar o triste fim de uma paixão, que depois voltou, mas até então o futuro estava um tanto quanto sombrio para Amy.

Ela compôs a música inspirada em "Baby Love", de 1964 da banda The Supremes (http://www.youtube.com/watch?v=23UkIkwy5ZM), e em "Be my Baby" de 1963 da banda The Ronettes (http://www.youtube.com/watch?v=8-0upHlWfQ4e só pra constar, vale a pena ouvir as duas canções.

Amy ficou arrasada quando tudo acabou e Blake voltou para a antiga namorada. Foi o começo do fim, ela começou a beber muito. Abaixo um trecho de uma entrevista que ela concedeu ao The Daily Record, em 2006.

"Fiquei muito deprimida. Eu estava apaixonada por um cara e tudo acabou. Tudo por causa das escolhas erradas e equívocos. A culpa da separação foi de nós dois.”

“Back to Black (tradução livre De Volta ao Luto) significa o momento em que você termina um relacionamento", ela disse ao The Sun em 2006. "Quando você volta a fazer o que é confortável para você. Meu ex-namorado reatou com a outra namorada e eu voltei a beber e passar mal.”

Quando ela gravou o clip da música – que é fúnebre demais – houve rumores que Amy tivera uma reação assustadora quando viu a lápide com o seguinte epitáfio (Descanse em Paz, o Coração de Amy Winehouse). Ela entrou em pânico e começou a chorar muito. Diz um amigo próximo que talvez Amy soubesse que esse seria seu destino não muito distante.

Assim, crio um novo epitáfio para a cantora que muitas vezes ouvi para solucionar as dores do meu coração: “Aqui, neste humilde texto vive a obra de Amy Winehouse. Esperamos que tenha saído da escuridão e finalmente tenha encontrado paz”.


Em qual disco você pode achar: Back To Black (2006)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Primeiro Round

Tá querendo encrenca, é?? Pois venha!

Calma, calma, é só para dar uma "apimentada" na relação...com a música!

O Tremendão tinha que dar o ar de sua graça aqui no "Nem Cinco Minutos". O parceiro do grande Roberto Carlos tem história pra contar, hein? Mas, nada melhor do que contar como ele começou a brilhar na época da Jovem Guarda.


Erasmo Carlos começou como secretário do empresário, compositor e jornalista Carlos Imperial, em 1962. E foi por uma ideia de gênio de Carlos que tudo começou. 
Para promover a canção "Vem Quente que Eu Estou Fervendo", Imperial criou uma briga de "mentirinha" com Erasmo em pleno ar! Os dois até trocaram uns tapas num programa da Rádio Bandeirantes.

O pobre Roberto Carlos, que não sabia de nada ainda tentou apartar a briga (coitado). Erasmo usou então o refrão para mandar recados públicos para Imperial: "Diga para ele vir quente que estou fervendo". A canção, por óbvio, foi um sucesso e até hoje é. 

Barão, Ultraje, Jota Quest, Raça Negra e até o Raul Seixas gravaram essa música! Até a empresa fabricante do chinelo Rider usou a canção para promover a marca. Afinal, quem não gosta de desafiar para uma peleja.

Erasmo demonstrou ser bom de briga. Se mantém no mundo da música - muito bem, obrigada - há 50 anos e confirmou a promessa que fez ao público: Vem quente, pois eu, ah, eu fervo!


Em qual disco você pode achar: O Tremendão: Erasmo Carlos (1966).

terça-feira, 17 de julho de 2012

Johnny "The Kid"

Procura-se vivo ou morto um músico que não seja mau exemplo!

Antes da banda Bon Jovi ser o que é hoje, Jon e Richie comeram muita grama pela raiz. Tá, tá, tá, tudo bem, dormir até a 1 da tarde não é o ideal de esforço do ser humano, mas fazer o que não é?

Mas voltando ao começo, a banda é portadora de um dos melhores temas "velho-oeste-hard-rock" dos últimos anos. Após atravessar o rio para ir na casa onde Sambora morava com os pais, às 14 horas da tarde, Jon esperava do lado de fora sem se atrever a abrir a porta do quarto (pois nunca se sabia com "quem" ou "o que" iria encontrar) sozinho, pois não havia ninguém em casa (afinal, alguém tinha que trabalhar), e segundo o que consta, com o som na função "repeat", até que Richie desse o ar de sua graça.

Mas, naquele dia, foi diferente e bem proveitoso. Antes da hora do jantar, Wanted Dead or Alive estava pronta, no ritmo certo, o ritmo dos cowboys. Dormir até as tantas, após uma noitada, rendeu bem, muito bem.

Essa música foi composta especialmente para os "vaqueiros montados num cavalo de aço" em 1986, destinada para ser o grande sucesso que foi, alavancando ainda mais o nome da banda e o disco que na qual fazia parte, alcançando o 7º lugar na Billboard Hot. O Slippery When Wet - o tão famigerado disco - se tornou o 1º álbum de Hard Rock a ter 3 músicas entre os 10 hits da Billboard Hot 100.

E após esse clima de faroeste, vejo uma bola de feno "passar" e encerrar este texto. Lustre suas esporas e pegue-o, se for capaz.


Agradecimento especial ao meu amigo, Alexandre Savoia.

Em qual disco você pode achar: Slippery When Wet (1986)


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Vida longa ao rock 'n' roll


Após ler tantas sugestões incríveis na minha página no facebook sobre qual música ser a "escolhida" para o post do Dia Mundial do Rock, fiquei temerosa. Como eleger uma única música para representar mais de 50 anos deste ritmo tão variado, tão alucinante, tão vivo!

Faça melhor, pensei, fale dos marcos na história do Rock. É isso!

Além do mais, meus amigos amantes do rock me matariam caso eu escolhesse uma banda em detrimento da outra e isso aqui, provavelmente, viraria uma guerra. Sem mencionar que é comprovado que o estilo musical diz muito da personalidade de uma pessoa. O roqueiro, por exemplo, é considerado por entrevistadores como o tipo de profissional mais antenado, que costuma ler mais do que a média porque se interessa pelos artistas do estilo. Geralmente são mais bem informados sobre o que acontece no mundo e respondem bem no trabalho quando são contratados. Ou seja, é uma tarefa árdua a minha agradar vocês, leitores deste post.

Posso dizer que o rock nasceu por conta de um cara chamado Bill Halley. Em 1953 uma canção chamada "Rock Around the Clock" foi composta para Haley, mas ele só conseguiria gravá-la em 12 de abril de 1954. Inicialmente não obteve suceso, mas Haley logo alcançaria fama mundial com sua versão de "Shake, Rattle and Roll" de Big Joe Turner, que venderia milhões de cópias. Haley e sua banda foram primordiais ao divulgar a música conhecida como "Rock and Roll" entre o público branco, depois de anos considerada como um movimento underground. Quando "Rock Around the Clock" apareceu na trilha sonora do filme BlackBoard Jungle, encadeou uma revolução musical que abriu as portas para talentos como Elvis Presley.

Alias, este moço, o tal Elvis, só é considerado o Rei do Rock até hoje.  É o maior vendedor de discos de todos os tempos. Por sua carreira ter sido preenchida por vários marcos, a sua obra ainda hoje se mantém intacta e distinta. Ele é detentor de vários sucessos, tanto em relação às canções como em relação aos álbuns por todo o planeta, sendo apontado como o detentor do maior número de sucessos conferidos a um artista popular. E a mulherada que rasgava a sua roupa (e a roupa delas) que o diga...

Falando em fã histérica, os Beatles tinham uma popularidade tão grande, que a imprensa britânica chamava de "Beatlemania", fazendo com que eles crescessem em sofisticação. Os Beatles vieram a ser percebidos como a encarnação de ideais progressistas e sua influência se estendeu até as revoluções sociais e culturais da década de 1960.

E, ô terra boa a Inglaterra... Lá nasceram tantas bandas ótimas. O Led Zeppelin por exemplo, banda considerada célebre pela sua inovação, com seu som pesado orientado pelo blues-rock, é o grupo frequentemente citado como um dos grandes progenitores do heavy metal e do hard rock, embora o estilo da banda tenha sido inspirado por fontes diversas e tenha transcendido qualquer gênero musical definido.

Alias, cabe citar que juntamente com as bandas Black Sabbath e Led Zeppelin, o Deep Purple é considerado um dos pioneiros do heavy metal e do hard rock moderno, embora alguns de seus integrantes tenham tentado não se categorizar como apenas um destes gêneros. A banda também incorporou elementos de música clássica, blues-rock, pop e rock progressivo. Foram listados pelo Livro Guiness dos Recordes "como a banda com o som mais alto ao vivo no mundo",e venderam mais de 100 milhões de álbuns ao redor do mundo.

Entretanto, como não é só de progressivo que vive o homem, o punk, por sua vez, teve um respeitoso papel no cenário do rock mundial. Em 30 de março de 1974 os Ramones tocaram pela primeira vez, como um trio (Joey, Dee Dee e Johnny). Em 16 de abril do mesmo ano, a banda realizou sua primeira apresentação no bar CBGB, que se tornava o refúgio do rock underground nova-iorquino da época. Ao longo de seus 22 anos de existência, os Ramones totalizaram 2.263 apresentações ao redor do mundo e uma legião de fãs que gritam Hey! Ho! Let's Go!

Mas, vejamos os anos 80 (minha década favorita).O rock brasileiro da década de 80, também considerado por muitos como pop rock nacional dos anos 1980, foi um movimento musical que surgiu já no início da década. Ganhou até mesmo um apelido, o BRock, dado por Nelson Motta. É caracterizado por influências variadas, indo do new wave, passando pelo punk e o próprio conteúdo pop emergente do final da década de 70. Ainda assim, em alguns casos, tomou por referência ritmos como o reggae e a soul music. Nasceram  então Ultraje A Rigor, Paralamas do Sucesso, Ira! e claro, o ícone Titãs.

Terminada essa fase de ouro no Brasil (cai uma lágrima), os anos 90 trás o grunge para a nossa realidade e nos mostra uma grata surpresa: o baterista Dave Grohl, da extinta banda "Nirvana" - que ao lado de Soundgarden, Alice in Chains e Pearl Jam, constituíram-se como um dos principais representantes do movimento Grunge - funda o Foo Fighters, que tem seu nome por referência ao termo "foo fighter", usado por aviadores na Segunda Guerra Mundial para descrever fenômenos aéreos misteriosos, considerados OVNIs. A banda atingiu através de quatro de seus álbuns o Grammy por "melhor álbum de rock" e estão ai, até hoje, levando fãs como eu a dormir na estação de metrô para voltar pra casa, já que não havia transporte público para todos os pagantes do show.

É difícil falar de rock. São tantos gêneros, subgêneros, ritmos, essencias... É praticamente impossível eleger uma música. Por isso, cada um que idealizou uma música para esse dia do rock faça o seguinte: Corra no youtube, no seu celular, no Ipod, enfim, em qualquer lugar e ouça a música no último volume! Sabe o motivo do meu pedido? É fácil, a história dela foi você quem fez. 

Essa música que você ouvirá marcou sua história e foi eleita o símbolo do rock 'n' roll para você. Então, quer história melhor do que essa? Uma que você idealizou? Ela é sua, exclusiva, aproveite-a!

Erga seu copo e diga: VIDA LONGA AO ROCK!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Melhor que a encomenda

Parece triste... mas é triste!
Parece forte... mas é forte!
Parece que ela foi escrita a partir de um desabafo... mas não foi não!

Pasmem, a música interpretada pela Sinéad O'Connor não foi escrita por ela para a falecida mãe, como muitos afirmam. A música, que é de uma sensibilidade extrema, foi composta por Prince para a banda The Family e regravada por Sinéad, por simplesmente se encaixar perfeitamente aos momentos vividos por ela.

O'Connor foi abusada na infância, sofreu maus-tratos da mãe e mesmo assim sentiu muito com a sua perda, dedicando-lhe o seu primeiro disco. Além disso, teve 3 abortos espontâneos, algumas tentativas de suicídio, foi excomungada pela Igreja Católica  e para acabar de completar a "alegria" ela terminava seu relacionamento com John Reynolds quando gravou a canção. Nem preciso citar que ela era completamente apaixonada pelo baterista, né?

Para marcar a ferro e a fogo sua tristeza e melancolia, ela grava o single com estréia em março de 1990 na Inglaterra e o clip, de característica sombria em sua essência, em Paris.

Ao final, ela decide expressar sua dor nas lágrimas mais sinceras dos anos 90 e quiçá, da atualidade. Estremece qualquer corpo, faz com que você se compadeça e dá até vontade de dar o ombro para que ela possa chorar.
  
Enfim, a música é pulsante e consegue provar o que eu sempre digo: Nem sempre é preciso escrever uma música para que ela se encaixe no seu momento de vida. As vezes  não é sua mão que a escreve mas ela até parece que foi escrita por (e para) você. É aquela encomenda, assim, do seu tamanho, totalmente sob medida... não é?


Em qual disco você pode achar: I Do Not Want What I Haven't Got (1990)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

E se conselho fosse bom...

Na primeira postagem eu prometi que os gêneros musicais seriam variados e através deste post conseguirei cumprir com a promessa.

Ao pensar em palavras que ultimamente venho proferindo a alguns amigos, eu pensei o seguinte: Devo ser uma boa conselheira, afinal de contas as pessoas me procuram para falar de suas angústias e dúvidas.

Músicas também são boas conselheiras. Quantas vezes você ouviu uma música tocar no rádio, no mp"todos",no "I todos" e ela não te deu uma luz no fim do túnel? E por vezes essa "luz" não foi um trem vindo em sua direção, como pensou que fosse?  Posso dizer por experiência própria que isso aconteceu comigo diversas vezes.

Interessante foi o que Cartola fez na música "O Mundo É Um Moinho". A lenda dessa música - sim, lenda, pois não há uma versão final e tampouco é confirmado pelo Instituto Cartola o que realmente motivou a música - é que quando sua enteada tinha 15 ou 16 anos, a filha de Dona Zica, sua esposa, decidiu sair de casa, em um momento de revolta e desvario, optando por se tornar uma meretriz ou, em outras versões, optou por sair de casa, para morar com um namorado, um homem mais velho, o que para a época era considerado praticamente prostituição.

Não há como saber se ela o ouviu... Mas, ouvindo a canção (que apesar de triste retrata bem a realidade) há certos caminhos que escolhemos na vida que são tortuosos e que nossa visão não nos deixa enxergar e nossos ouvidos não querem ouvir. Se, realmente foi isso o que aconteceu, sabemos que ele tentou ao máximo alertá-la (e a todos). 


Ele foi duro nas palavras? Talvez. Porém há de se lembrar que conselhos não foram feitos para "afagar a cabeça" de quem os ouve. Mas é o tal negócio: se conselho fosse bom...



Em qual disco você pode achar: Cartola II (1976)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

2 em 1


E o maior triângulo amoroso da história do rock chega a vocês, caros leitores! Sim, a Layla, que não é Layla e sim Pattie Boyd ganhou um post só para ela. Pois é, pois é, essa moça foi sortuda, teve composta para ela duas lindas canções de rock.

Primeiro de George Harrison (que, a propósito, se casou com ele) de nome Something. Ouça a música, caso não lembre:


Após alguns anos de casados - e algumas decepções que só a convivência consegue nos trazer -  a esposa de Harrison conhece Eric Clapton, até então amigo pessoal dele. E conversa vai, conversa vem e pronto: Eric estava apaixonado pela bela modelo e fazendo qualquer negócio para conquistá-la.

O tiro de misericórdia no casamento de George e Pattie foi a música Layla. Abaixo a transcrição de um texto publicado no Daily Mail, onde a própria Pattie explica como Eric apresentou a composição à amada:

"A freira dentro de mim achou a situação desconfortável mas estranhamente excitante, e foi no fim daquele ano, depois que Eric tocou “Layla” para mim no apartamento em South Kensington que eu sucumbi a seus avanços."

E tiveram um caso e, mesmo George desconfiadíssimo (para não dizer certo do caso), Eric continuou a assediar Pattie, até conseguir o que queria: a separação deles. Pattie deixou Friar Park, para voar e encontrar com Eric nos E.U.A., em 1974.

Daí, todos me perguntam: Mas afinal, essa moça era tudo isso? De fato, a moça era muito bonita e muito disputada. Dizem as más (ou boas) línguas que Jagger e Lennon também investiram suas fichas para conquistá-la, mas quem levou foi George... ou Eric... enfim, cada um a conquistou em momento oportuno.

O fato é, não podemos nos queixar da beleza e dos encantos de "Layla". Afinal de contas, foi por ela que temos duas canções de amor de deixar qualquer mulher morrendo de inveja.


Em qual disco você pode achar: Layla and Other Assorted Love Songs (1970).