sexta-feira, 26 de abril de 2013

De médico e louco, todo mundo tem um pouco


Após 1 mês, o blog que cheira a mofo quando abre na tela do seu PC recebe um texto mediano desta que vos escreve.

Agora que acabou um pouco aquele “mimimi” da morte do Chorão, eu vou escrever sobre uma música do Charlie Brown Jr – não, não é Céu Azul - banda que representou o rock nacional por um bom tempo, quer você queira, quer não. Não seja hipócrita ao dizer que nunca gostou de uma música dos caras.

Posso não concordar com o comportamento, mas nada impede de que eu reconheça de que ele tinha uma percepção e um dom incrível para escrever. A experiência do Chorão em 2005, após um culto evangélico fez render um dos maiores sucessos do disco Camisa 10 Joga Bola Até Na Chuva (vamo combinar que o nome do álbum é sensacional também), a "Só os Loucos Sabem", onde ele tentou aprimorar sua percepção sobre o sentimento de união e de amor.

Pior que assim, ouvindo novamente a música após realizar a minha pesquisa eu entendi a letra. Antes pra mim era um monte de frases desconexas, que traziam mensagens bacanas, mas que no fundo não diziam nada com coisa nenhuma.

Sem blá blá blá gente, é sério. Quem frequentou alguma vez na vida uma igreja e similares vai entender o que eu estou dizendo. Você se sente acolhido, querido, fazendo parte de algo e honestamente, às vezes é tudo que o ser humano precisa. Buscar o sentido das coisas e da vida não é tarefa fácil, mas não custa tentar e, via de regra, você tenta fazer isso através de Deus ou da religião (ou de um psicólogo, se você é mais “Cult”).

Mesmo assim, ele assumiu que ainda não estava pronto para algumas coisas, que um dia chegaria lá e foi embora, depois de muito ouvir e observar. Passam-se dois anos e no Citibank hall lotado, onde acontecia a gravação do primeiro DVD da Igreja que ele foi e na mesma noite um cd ao vivo do Rodolfo (ex Raimundos, evangélico convertido, lembrou?) ele teve a oportunidade de viver algo - que eu julguei muito bacana pelo menos – que ele colocou na música. Segue o relato do pastor, da conversa que teve com o Chorão naquela noite:

"Pastor, da primeira vez, no litoral, estava com os dois pés atrás, hoje com os dois na frente... Estava me sentindo uma formiga, depois de receber o carinho do povo, estou me sentindo um elefante." Me lembro de ter dito: "Você é amado", ele continuou: "Dá parabéns para sua esposa, lembro dela de Santos, as músicas dela me tocaram"... E ainda: " Tô chegando pastor, minha fé hoje é viva..." Depois de um tempo, ele nos avisou que havia feito uma música com base no que viveu naquela noite, era o lançamento de "Só os loucos sabem".

Dá coragem ter a sensação de uma “rede de segurança” amparando você para se jogar. Denomine a sua rede de segurança como quiser, tem gente que chama de Deus, Buda, Maomé, Cristo, Yeshua, Jesus ou simplesmente acredita no que não vê. Mas isso meu caro amiguinho, só os loucos sabem o que é. 

                           Em qual disco você pode achar: Camisa 10 (Joga Bola Até na Chuva) - 2010

quinta-feira, 21 de março de 2013

Mudaram as estações


E chove em São Paulo... Eu não sou dada a tempo chuvoso, nublado, cinza e frio, mas eu consigo conceber a necessidade deles – principalmente após o calor do Senegal que fez nessa terra em que vivo – e da sensação de encerramento de um ciclo e início de outro.
E toda vez que chega março eu lembro das águas de março que fecham o verão e que trazem a promessa de vida no seu coração. "Águas de março" foi composta por Tom Jobim em março (meio que óbvio) de 1972. O tema começou a ser trabalhado ao violão em seu sítio do Poço Fundo, em São José do Vale do Rio Preto, região Serrana do Rio de Janeiro – que vamos combinar, chove pra caramba – e de acordo com depoimento de Thereza Hermanny, esposa de Tom à época, a inspiração para "Águas de Março" surgiu ao final de um dia cansativo de trabalho provocado pela composição de "Matita Perê" (futura parceria com Paulo César Pinheiro), de onde decorrem os primeiros versos "é pau, é pedra, é o fim do caminho".
Tom, ainda de madrugada, bateu na janela e acordou a irmã Helena e o cunhado para lhes mostrar o primeiro rascunho da letra, com a introdução e as primeiras frases, escritas a lápis em um papel de embrulho de pão. Não surpreende que em um primeiro rascunho da letra contivesse um grande número de referências pontuais: "o projeto da casa", "a viga", "o vão", "a lenha", "o tijolo chegando", "o corpo na cama”, ou seja, a pura preguiça (no bom sentido).
De volta ao Rio de Janeiro, concluiu a canção em uma tarde. Assim que a terminou, Tom passou no Antonio's, um restaurante que frequentava e convocou todos os amigos que ocupavam a varanda para ouvirem, na sua casa, a música nova.
Segundo consta, a canção teve duas grandes fontes de inspiração. Uma é o poema "O caçador de esmeraldas", do poeta Olavo Bilac ("Foi em março, ao findar da chuva, quase à entrada / do outono, quando a terra em sede requeimada / bebera longamente as águas da estação (...)") e a outra é um ponto de Umbanda, gravado com sucesso por J.B. de Carvalho, do Conjunto Tupi ("É pau, é pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de tudo").
E no fim é uma reflexão para o fluxo da vida, do ano, dos meses... Quer representação de transformação maior que as estações do ano? Num momento filosófico me atrevo a dizer que a vida é uma estação mesmo... tem um período seco, árido, depois uma tempestade, umidade pra no fim poder renascer saudável, mais uma vez.
Em qual disco você pode achar: Elis & Tom (1974)

domingo, 10 de março de 2013

Qualquer semelhança não é mera coincidencia

Que todo mundo tem ideias de "gênio" isso é fato. Claro, tem gente que abusa da "genialidade" e faz umas besteiras dignas de uma ameba. Eu tentei me manter imparcial sobre determinados assuntos neste blog, entre eles futebol.

Quem me conhece sabe que sou corinthiana até o último fio destes cabelos longos e castanhos mas, até eu, no auge da minha paixão não dispararia um sinalizador nem pro alto e nem contra a torcida adversária. É óbvio que ia dar merda.

Quer ver como isso é histórico? Trarei aqui um exemplo, leitor "amadenho". Em 1971, o Deep Purple foi para Montreux, que fica na Suíça, gravar um álbum e na ocasião eles estavam usando um estúdio móvel muito conhecido naqueles tempos chamado, Rolling Stones Mobile Studio. 

Até ai tá tudo certo. Um dia antes de iniciar as gravações rolou um show do Frank Zappa and The Mothers no teatro Cassino Montreux e foi aí que começou a sucessão de desgraça. No meio do solo de sintetizador de “King Kong” um incêndio se iniciou e UM GÊNIO que estava na platéia disparou um sinalizador no teto de rotim. Resultado: um incêndio generalizado que destruiu apenas a estrutura do cassino e TODOS os equipamentos da banda de Zappa. Olha que joia!

A fumaça das chamas se espalhou pelo lago de Genebra, o que deu origem ao nome da música Smoke on the water. A confusão foi tanta que o Deep Purple teve que deixar o hotel que ficava em frente ao cassino e procurar por outro. Por estarem com uma unidade móvel muito cara, acharam melhor não correrem o risco que tudo fosse lambido pelo fogo.

Após alguns dias de procura, acabaram se hospedando no Grand Hotel de Montreux, no qual alguns corredores e escadas se transformaram em um estúdio improvisado. Boa parte do Machine Head foi gravado lá, incluindo Smoke, apesar de esta mesma ter sido escrita depois. De uma grande tragédia saiu algo bom mas, nem sempre isso acontece. 

Portanto, sábios torcedores e por favor, não vamos nos esquecer dos outros "gênios" que soltaram fogos de artifícios no palco da boate Kiss e causaram uma tragédia de grande proporções, parem de inventar moda! A segurança em locais públicos agradece.

Em qual disco você pode achar: Machine Head (1972)


domingo, 3 de março de 2013

As mentiras que as pessoas contam

Quem nunca bebeu demais que atire a primeira pedra. O triste de beber demais é que, via de regra, o dia seguinte é regado a muita água (de coco ou não), dor de cabeça, enjoo e a famosa frase "eu não vou beber nunca mais". É como promessa de ano novo: você sabe que não vai cumprir mas mesmo assim você faz para dar um jeito na ressaca moral.

Ah! Como é oriundo do ser humano mentir não? Dou 1 semana para a promessa cair por terra. E quem não bebe não tem história pra contar (pelo menos não suas e sim alheias). Digo mais, as maiores culturas inúteis  - ou úteis, depende do ponto de vista - e os melhores círculos sociais e bandas notáveis se formam na mesa de bar e regado a bebida.

Taí o Matanza que não me deixa mentir. Quer filosofia de boteco melhor que essa?? Abaixo transcrevo a bela canção que está regendo o meu domingo:

"Eu não bebo mais
Chega de beber conhaque de alcatraz
Gasolina de avião e óleo diesel "num" copo com limão

Eu não bebo mais
Show no Mercy, reign in blood, death rite
Cicuta club soda, gin é foda e Pau pereira nunca mais"

Te garanto que o dia que esse cara compôs essa música a ressaca estava nervosa. Mas, caro leitor deste bloguinho, falarei mais dessa banda que tem um clima de faroeste e arranca risos e te lembra de coisas impublicáveis.

Matanza foi criado para ser uma banda de diversão. Claro, tudo que envolve dinheiro e obrigações fica um pouco sério mas, falar sério o tempo todo enche o saco e até no campo musical é assim. Falar de amor, de desgraça, de morte e de mazelas é bom para uma tarde chuvosa e você olhando com cara de paisagem pela janela. Música inglesa me dá essa sensação de reflexão. Hoje eu não tô pra música inglesa, tô pra ouvir que bom é quando faz mal! Todo mundo gosta e precisa rir.

Veja a ideia das composições e se permita a concordar que é engraçado demais:


"No início era só falação de merda. Era “Eu Não Bebo Mais”, “Ela Roubou Meu Caminhão”, éramos muito isso, muito de verdade pra gente. Bebíamos pra caralho, naquele momento só fazia sentido falar disso. Eu tenho o maior orgulho disso, realmente acho que a gente inventou um estilo, eu não conheço banda que faça country hardcore. Conheço uma porrada de maluco que faz country rock, southern rock… Aquele disco, o “To Hell”, só com músicas do Johnny Cash, é um disco de country hardcore. Tocamos 13 músicas de 13 maneiras diferentes de misturar country com hardcore, não com rock. Aquilo ninguém fez. Se nós tivemos um momento do ápice do country hardcore, é aquele momento. E o mérito é do compositor Donida, que eu considero um maluco brilhante, fora do normal."

Para fechar, só digo uma coisa: Um beijo pra você, que assim como eu, se divertiu horrores no sábado, ensaiando no estúdio, bebendo vodka como se não houvesse amanhã (aham, tá senta lá Cláudia) e está arcando com as consequências disso.  Fica a minha promessa: Eu não bebo mais.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Nada como um dia após o outro, com uma noite bem no meio

Chega um momento da vida em que você estufa o peito, ergue a cabeça e fala: Agora lascou de vez!

Foram dias de luta, sabe? Aquela angústia sem fim, a sensação de "não vai dar tempo", que "tá tudo errado" e que "será um pesadelo" se fez presente durante 2 anos. Tava difícil de enxergar a luz no fim do túnel sem pensar que era um trem vindo em minha direção.

Lembrei de um conselho muito válido de minha mãe em vários momentos, que fez com que me acalmasse nos momentos de desespero. Ela disse "Vivian, nada como um dia após o outro com uma noite bem no meio para que as coisas clareiem". E como é verdade! As vezes precisamos esperar o sol aparecer de novo para ter a serenidade que sua vida, o seu problema, a sua condição precisa. 

Eu amo música! Minha vida se move a base de música! Preciso pensar ouvindo música, preciso lembrar de coisas boas com músicas e, não é diferente quando estou na lona. Quando eu preciso de esperança, eu ouço "Mais uma vez" do Renato Russo.

Ao contrário do que pensam alguns, essa música tem um tempinho. Sua composição foi realizada em conjunto com Flavio Venturini do 14 Bis e foi uma grata surpresa, segundo ele. Transcrevo abaixo uma entrevista que deu, contando a história desta letra: 

"Nesse dia eu estava ensaiando numa das salas do estúdio, tocando uma música inédita. O Renato entrou e pediu para escrever a letra... Eu disse "claro"! Ele escreveu baseado na ideia de que um pai dizia para o filho que o sol voltaria a brilhar depois da tempestade. Eu gostei da ideia, a gente conversou, e ele ficou de me entregar a letra. 
Eu mandei pra ele a base da música e três meses depois ele me entregou a letra. Ele demorou três meses para terminar, ele estava ocupado com a gravação do segundo disco do Legião.
Daí eu o convidei para participar da gravação do 14 Bis e ele participou." 

Feliz ideia de retratar a esperança numa música... Tinha que ser o Renato!

O conselho de mamãe mais uma vez funcionou. O sol brilhou muito ontem! Chorei muito e desta vez foi de alívio, de felicidade, de sensação de dever bem cumprido. Ver o sorriso no rosto de cada formando que representei, as mensagens de carinho de conhecidos (e desconhecimento), do reconhecimento, do agradecimento, nossa, me arrepiou!

Eu não sei se faria tudo de novo. Mas valeu a pena. Valeu a pena... isso me lembra outra música mas isso é outra história.

Para fechar esse ciclo, essa noite mágica e a "ressaca da felicidade" que tenho, termino esse post com uma das verdades da vida: Quem acredita, sempre alcança. Sempre.

Em qual disco você pode achar: Presente (2003) 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A morte do cisne

Sempre ouvi dizer que há hora e lugar para tudo e para todos. Tem quem diga que somos nós mesmos que criamos oportunidades e as destruímos, seja por medo, por falta de vontade, preguiça, por brigas...

Nessas minhas pesquisas para o blog notei que muitas bandas terminam na maioria das vezes por brigas mas, isso é assunto para outro dia, para outra oportunidade, para outro momento.

O fato é que em 1995 Sammy Hagar dava sinais de que deixava o Van Halen. O "gato subiu no telhado" no disco Balance, que tem uma cara mais eu-tenho-moral-pra-fazer-música-instrumental e produtor que é produtor sabe que todo disco precisa de um hit pra decolar. Óbvio que ninguém tinha pensado numa canção de amor (aham, tá, senta lá Cláudia) e o Sr. Eddie Van Halen pediu um final de semana para pensar e ele SÓ aparece com um dos maiores sucessos do grupo, Can't Stop Lovin You. O produtor ficou bem feliz viu? 

O Eddie Van Halen usa uma guitarra Ernie Ball Music Man com captação piezo, o que dá aquela idéia de guitarra elétrica e violão, ao mesmo tempo. Além disso, ele diz que gravou usando um amplificador muito antigo da Fender e que ficou muito bom, obrigada por perguntar.

Um detalhe muito bacana é a menção do nome “Ray”, quase no final da música. O Sammy Hagar diz: “Hey Ray, what you said is true, I Can’t Stop Loving You…”. O tal do Ray é o Ray Charles, que gravou na década de 1960 uma música com o título homônimo (http://www.youtube.com/watch?v=aQXsM1l2wZ8). Segundo informação do Sammy Hagar, a letra seria uma referência ao seu relacionamento com sua ex-esposa, Betsy. Na época da gravação do disco, o casal enfrentava um divórcio traumático para as partes envolvidas e isso estaria afetando, em parte, o relacionamento da banda com o vocalista (principalmente em relação a qualidade das letras escritas pelo Red Rocker e a constantes ausências do mesmo nas sessões de gravação, algo muito reclamado por Eddie Van Halen, Alex Van Halen e Mike Anthony à época).

Trocando em miúdos, acabou o casamento do Sammy Hagar e a sua participação na banda. Faz muita falta  no Van Halen mas ainda bem que ele deixou uma música deste calibre para os órfãos dele.

E hey Sammy, o que você disse é verdade, é difícil parar de amar alguém e não importa o que façam ou digam, você fez toda a diferença no Van Halen!

Em qual disco você pode achar: Balance (1995)


domingo, 20 de janeiro de 2013

A volta dos que não foram

Eu volteeeeeii, voltei para ficaaaaar, por que aquiiii, aqui é meu lugar!!

Ah Deus, que saudades de escrever aqui... Mas a vida é tão louca e a minha então nem se fale e, como resultado, abandonei uma das coisas que mais gostei de ter feito em 2012.

Daí fui vendo as minhas postagens... as visualizações que tive, as cobranças que recebi do tipo "Mas e aí?? Não vai voltar a escrever nunca mais?". Realmente, negligenciei e vi que tudo estava como antes: a vontade de escrever, as pessoas que gostam de ler, tudo! Só estavam aguardando que eu voltasse a digitar enlouquecidamente as palavras que surgiam na minha cabeça.

Penso que o Roberto Carlos quando escreveu "O Portão" teve o mesmo sentimento. O sentimento de voltar para algo bom, que traz conforto, calma, paz... O Axaxá  - esse é o nome do cachorro da composição - conseguia dar a sensação de "lar" ao Roberto.

Abaixo transcrevo um trecho, lindo, que conta a história do herói deste post, o Axaxá


"Na música O Portão, quando meu pai canta "Eu cheguei em frente ao portão / Meu cachorro me sorriu latindo", ele retrata uma cena que de fato acontecia, em nossa casa no Morumbi, onde moramos até o final da década de 70. O cachorro que sorria latindo era o Axaxá, um vira-latão mesmo, um vira-lata autêntico, original, bem peludinho, branco, de porte médio, daqueles de orelhas caídas, o rabo enrolado para cima, em forma de C. Aliás, uma coisa que me faz especialmente bem, nas músicas dele, é retratar as cenas que ele viveu, ou imaginou, ou que alguém viveu. 
Aquela cena acontecia quando ele voltava de shows, de viagens. Nossa casa tinha uma rampa grande, na entrada. Era ali que o Axaxá ficava esperando por ele, atrás do portão. Meu pai chegava de carro, buzinava, ia subindo a rampa e o Axaxá corria atrás, como um louco. Ficava dando voltas em torno do carro, querendo entrar. Quando meu pai descia, ele ficava dando voltas em torno do meu pai, sem pular no peito ou nas pernas do meu pai, mas fazendo festa. E meu pai também fazia a maior festa para o Axaxá. Nós o chamávamos de Xaxá, mas o nome certo era Axaxá, tirado de um livro infantil, que meu pai leu nos tempos de criança, em Cachoeiro de Itapemirim. Axaxá foi o cachorro da minha infância. Foi o cachorro da nossa infância, minha e de minhas irmãs Ana Paula e Luciana. Entre ele e meu pai, existia uma ligação muito forte, uma ligação emocional."Publicado na Revista "Na Poltrona" n° 26, de agosto/2001, por Dudu Braga.

Roberto se separou da esposa, foi morar num hotel e o Axaxá ficou... Ele ouvia a música de Roberto no rádio e uivava junto. Era a saudade que doía e sumia quando ele aparecia para visitar as crianças. Quem é filho de pais separados sabe o que é isso. Eu passei por isso e era bem assim: O Snoopy (meu finado cachorro) enlouquecia quando via meu pai chegando e ficava olhando pra gente com uma cara de "cadê ele??!" que era desanimadora.

Meu blog estava com saudades de mim e eu com saudades dele. Nossa relação é especial, assim como eu tenho com outras coisas que me pertencem. Então eu voltei, para as coisas que eu deixei. Eu voltei.
Em qual disco você pode achar: Roberto Carlos (1974)