segunda-feira, 9 de junho de 2014

E meu medo maior é o espelho se quebrar

Não vou mais me desculpar e fazer juras de amor eterno à este blog. Sumi mesmo. Passei por lições nestes meses, praticamente provas de fogo. Deus anda brincando no "mode hard" quando se trata de minha vida. Novela mexicana, costumo dizer, e penso que o Homem tem uma criatividade absurda.

Dia 15 fará 01 mês que minha avó foi-se deste mundo. Dias de luta... Lembranças que os meus vinte e oito anos nesta casa convivendo com ela me traz dia após dia. Do "cheguei vó!" até o "lembrou que tem vó?".

Não se enganem... ela não era um doce de candura. Muito autoritária, muito negociadora, muito firme, teimosa como todo bom italiano deve ser. Ao mesmo tempo, dependente emocionalmente, beirando ao mimo de uma criança.

Minha avó me trouxe lições de vida, contou-me histórias fantasiosas de seu passado, me defendeu por várias vezes e fez minhas vontades, sendo eu a vecchiaia. Irônico não?

Os dias não ficaram mais fáceis depois de sua morte. Agora não tenho a verdadeira vecchiaia para tirar o medo. Troco de mal com Deus várias vezes por ter levado a pessoa que mais amou a vida e viver.

Este texto não é leve. Não é alegre. Não é colorido. É um cinza... cinza de saudades. Não espero pêsames, espero entendimento da vida. Te entendo João. Sei que o que te levou a escrever "Espelho", em conjunto com Paulo César Pinheiro, foi o seu velho pai, boas lembranças, uma autobiografia... memórias de um jogador que chutou mal e machucou o dedo de verdade, mas não tinha mais quem o amparasse.

Faz parte do jogo. As vezes saímos de um campo, para vencer em outros. João fez isso. Deixou de ser futebolista e se tornou um excelente cantor/compositor. Vai ver que é isso que me espera. Só espero que meu espelho nunca venha a se quebrar.


Coloquei Diogo Nogueira, tendo como fundo imagens de seu pai, João Nogueira. A canção pertence ao álbum Espelho, de 1977. Minha recomendação é: ouça com atenção, tanto pai, como o filho cantando, é impressionante a semelhança em algumas estrofes.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Querida, cheguei!

É isso aiiiiiiiii, Estou de volta ao comando de novo.

Sim, após um longo e tenebroso período, eu decido voltar a escrever para o meu bom e velho blog.

Explicando rapidamente o que houve, posso dizer que no meio do caminho tinha uma pedra. Uma pedra, um exame da OAB, um cursinho, um trabalho que exige minha atenção, uma desapropriação, um monte de coisas, portanto não foi de propósito o abandono.

O lado bom é que após a tempestade, veio a garoa - se engana quem pensa que estou na bonança - e com ela tive a oportunidade de rever conceitos, valores e atualizar velhos hábitos, sendo um deles ficar fazendo porra de coisa nenhuma, rodando canais na TV, indo ao cinema, vendo seriados e documentários (na maior parte banho de sangue de um dos canais do Discovery), mas o que me trouxe o maior regozijo foi voltar com a minha banda. Ano novo, formação nova.

A banda me obrigou a voltar ouvir músicas e procurar versões. E estava eu, em um dos meus momentos de "descontração", vendo um dos seriados da super-tv-a-cabo-que-tem-várias-opções (só que não) e consegui achar um programa que se salvasse: a série que conta a vida de Bonnie e Clyde.

Sabe quem é a dupla Bonnie e Clyde né? Aqueles que aterrorizaram os Estados Unidos na década de 30... Não lembrou? Veja aqui então.

Enfim, não é o foco. O que me chamou a atenção neste seriado, além da bela produção, foi a música tema. Bang Bang (my baby shot me down). Fiquei abestalhada, como diria o grande Tiririca ao saber que a música tem uma das interpretes mais peculiares da cena musical: a Cher. 

Dizem que se houver uma guerra nuclear quem sobreviverão serão as baratas e a Cher, que, venhamos e convenhamos já passou por umas poucas e boas, inclusive com esse marido, autor da música, maaaassss isso também não vem ao caso.

Voltando de novo ao assunto, a bela canção foi escrita por Sonny Bonno (que Deus o tenha em seu santo descanso) teve sua primeira interpretação com a fênix da música pop, em 1966. O sucesso foi tanto que no mesmo ano foi regravada pela filha de Frank Sinatra, Nancy.

E como se não bastasse o sucesso de 66, a música teve interpretações de outros grandes nomes das antigas e da atualidade, com versões em vários idiomas (versão em Romeno tá bom pra você?). Esse ano teve mais uma regravação (e remixagem), por David Guetta com Skylar Grey (gravem esse nome, por que a moça canta e compõe horrores), além de já ter sido utilizada em filmes como Kill Bill de Quentin Tarantino e Zodíaco de David Fincher.

A música vem dramatizando e transbordando emoção há décadas. Você ouve, sente a pancada da bateria. Na sequencia, sente esvair em sangue, vai desfalecendo com cada acorde da guitarra e a batida do baixo. É ser deixado, sem aviso. É como um tiro bem no meio do coração... um estampido... É um "bang bang".

Em qual disco você pode achar (entre tantas versões): Bang Bang (My Baby Shot Me Down) de Nico Vega - 2013