quinta-feira, 20 de setembro de 2012

E o vencedor é...

Cá estou pra divulgar o resultado da "mini pesquisa" feita na minha página no facebook.

E como dizem na célebre cerimônia do Oscar "And the Oscar goes to..."
Legião Urbana!

Isso mesmo. A banda de Brasília desbancou o Metallica - para infelicidades de alguns - e ganhou seu post no blog.

Conhecida pelas letras de teor político e crítica social, Legião Urbana se tornou um marco no rock brasileiro e conquista ano após ano fãs e seguidores, mesmo após o seu fim e morte de seu vocalista, Renato Russo.

Tá, seria muito fácil falar das músicas cheias de "revolta" do Legião, daí pensei: vamos ver o que ele trata de amor. Mas não tinha a menor graça (pelo menos não pra mim),e foi ai que meu chefe me deu a inspiração sem notar: cantarolou Hoje a Noite Não Tem Luar e o estalo surgiu!

Ai vem a sessão "você sabia?'. Você sabia que a música nada mais é que a versão em português para Hoy Me Voy Para México, da boy band Menudo?? Isso ai, se você não sabia, segure seu queixo do outro lado da tela.

O pior  - ou o melhor - que a canção se tornou o single principal do álbum Acústico MTV. Não era essa a intenção de Renato.

Antes de tocá-la, ele pediu um intervalo, o que significa que a música não deveria ser gravada, ao contrário do que ocorreu. Ou seja, era mais uma brincadeirinha, por que como ele próprio diz na gravação "essa música é muito bonitinha, cafona, porém bonita".

E é mesmo... ainda bem que ela foi incluída no álbum, pra brindar a lua de prata no céu e um amor à beira mar, onde o mundo pertenceu a duas pessoas por alguns instantes (e o romantismo impera).


Em qual disco você pode achar: Acústico MTV (1999)



terça-feira, 11 de setembro de 2012

11.09.2001


Se eu pudesse pedir para que você leitor imaginasse algo para esse dia, como a canção de Lennon pede para você imaginar, provavelmente eu pediria assim:
“Imagine uma data onde se procuram culpados pelos danos
Uma data onde uma nação fica de luto
Imagine uma data de aniversário, onde o orgulho ferido e a dor de um povo são celebrados
E as consequências disso são devastadoras até hoje;
Imagine um mundo que ninguém respeita a identidade de ninguém
Onde pessoas inocentes pagam pelo preço da fogueira das vaidades
E imagine o que pensaram aquelas pessoas que tiveram apenas duas escolhas: ou esperava a morte chegar ou abreviava o sofrimento;
Onde a compaixão e o medo se misturaram
E as diferenças econômico-sociais, religiosas e de raça caíram por terra ao perceberem-se que todos nós somos frágeis”

Nada, absolutamente nada, traduz a angústia que essa data pesarosa traz. Fica o convite a reflexão que esta música traz.
Imagine foi inspirada no poema "Piece Cloud", que tem apenas três linhas e é de autoria de Yoko Ono. Ela transmitia o desejo do Beatle de ver um mundo em paz. Aquela “paz” que ao final de pronunciar a palavra em questão é seguida de um suspiro... um desabafo... um basta. Lennon disse ainda uma vez que Imagine era "o Manifesto Comunista em sua mais pura essência".
John Lennon descrevia a canção Imagine como sendo antirreligiosa, antinacionalista, anticonvencional e anticapitalista. Na canção ele pede para imaginar um mundo sem países, sem possessões e sem religião, sem “o-meu-Deus-é-mais-poderoso-e-melhor-que-o-seu”. E quem entende isso?
Certa vez ele contou que a Igreja Mundial ligou e perguntou se poderiam usar a letra de Imagine e “apenas” alterá-la para "Imagine uma religião". John lamentou e disse: “Isso mostrou que eles não entenderam nada. Eles derrotariam o propósito da música, toda a ideia".
Yoko Ono afirmou que “Imagine” era exatamente o que John acreditava: Que todos nós somos um país, um mundo, um povo. Além disso, o conteúdo de Imagine foi um catalisador para o seu conceito de Nutopia: O País da Paz, escrito em 1973.
Engraçado... O País da Paz...
Imagine... 


Em qual disco você pode achar: Imagine (1971)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Incondicional

O que nossas crianças não nos pedem "chorando" que não fazemos "sorrindo"? Nando Reis que o diga!

Ele tem 4 filhos (e nenhuma tv em casa) e ele fez algo bem bonitinho para um deles: compôs O Mundo É Bão Sebastião.

Até ai, que legal, que bacana, mas opa, peraí: temos uma menininha ciumenta que "intimou" o pai. Sim, Zoé, filha de Nando, questionou o motivo do irmão dela, o Sebastião, ter uma música e ela não. Como todo bom adulto, ficou sem resposta diante da criança.

Para se redimir ele escreveu uma das mais belas canções-declaração-de-amor-para-filho da atualidade. Foi com Espatódea que ele disse que o mundo ficou bem melhor depois da chegada daquela florzinha, a sua espatódea.

Eu tenho uma espatódea também... Uma nuvem branquinha, sem sardas... Minha pequena! Não é minha filha, porém a amo como tal. Incrível como uma criança pode ser a alegria de uma casa e mudar o clima da vida de qualquer um. É caro Nando, eu te entendo... Meu mundo não teria a menor razão e eu não teria crescido em certos aspectos, se não fosse a Gabi. =)


Em qual disco você pode achar: Luau MTV - Nando Reis e os Infernais (2006)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Onde os caras de pau não tem vez!

Olá!!
Prometi post e cá estou eu, escrevendo estas mal traçadas linhas.


Devo dizer que, a banda pela qual escrevo este post é uma das minhas favoritas e que com toda a certeza desse mundo, quiçá de outros mundos, é a melhor banda de rock dos últimos 20 anos.

O Foo Fighters nasceu, cresceu musicalmente, teve muitas encrencas no meio do caminho por conta de vários motivos: overdose de uns, incompetência de outros(pelo menos pela visão do seu líder e vocalista, Dave Grohl) e a "encheção" de saco que só quem teve uma banda na vida sabe como é. Resultado: muitos queriam pular fora do projeto que, finalmente, estava dando certo.

Grohl ficou muito irritado e abalado e decidiu se exilar na casa de sua mãe por uns dias, antes de um show que marcou a consolidação da banda. Nesse meio tempo ele compôs a Times Like These e a expôs para o mundo neste festival.

Mas, o mais interessante disso tudo nesta música é o fato de que a banda sempre evitou posicionar-se politicamente e mesmo assim o então candidato a presidência Sr. George W. Bush, a usou, sem a permissão da banda.

O que Dave fez? Decidiu apoiar publicamente a campanha de John Kerry, seu adversário. Claro né? Vai usar a música sem permissão?! E ainda por cima como meio de angariar votos de algo que ele nem apoiava? Nem pensar!

Ser fiel às ideias e fazer com que elas correspondam a sua maneira de agir é o caminho certo. Se existe algo que eu admiro é coragem para assumir suas opiniões e lutar contra aqueles que a tentam deturpar. Portanto, eleitor, pense nisso. São em tempos como este que você aprende a viver - e a votar - de novo.

 


Em qual disco você pode achar: One by One (2003)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Eu peço paz

Volta a música popular brasileira ter espaço neste blog. 

Ouvi essa sugestão do caríssimo Marcos Teixeira, autor do blog "Bola de Bigode" (http://marquinhosportugal.blogspot.com.br/), que, a propósito, bem recomendo como leitura na área esportiva.

Mas, voltando ao que importa e a uma mulher que merece e muito o meu respeito, a Dalva de Oliveira, como ela própria se batizou. Posso dizer que ela foi uma mulher que nunca aceitou "não" como resposta. De família humilde, Dalva batalhou seu lugar ao sol até encontrar seu companheiro de amor e ódio (e muito ressentimento): Herivelto Martins.

Entre muitos tapas e poucos beijos, eles formaram o casal que mais se atacou através de músicas. Foram tantas que fica difícil escrever sobre cada uma delas e, para mostrar que atrás de todo ódio enraizado há um amor latente, falarei de Bandeira Branca, seu grande sucesso.

Mesmo com todas as traições e traumas que ele lhe causou ao longo dos anos, ela decidiu expor nos versos da canção, no show realizado no Maracanãzinho - lotado, diga-se de passagem - que não podia mais ignorar o fato de que ela ainda o amava e muito. Sem saber, este se tornou o seu adeus também pois, pouco tempo depois, Dalva faleceu e pôs fim no drama daquela relação, de maneira trágica e nada feliz. 

Daí você pensa: ela cedeu e não adiantou de nada. Claro que adiantou! Mesmo tendo brigado como cão e gato com ele a vida toda, Dalva fez questão de dizer o que sentia. Não deixou para depois e ficou em paz, ela pediu paz e talvez tenha a conseguido. 

Por tanto, respeitável público, eu vos digo que bons exemplos devem ser seguidos: renda-se a saudade que te invade e peça paz.


Em qual disco você pode achar: Bandeira Branca (1970)

domingo, 19 de agosto de 2012

Para as minhas doces crianças

Pra fechar a semana com chave de ouro, vamos falar de uma de música que teve um enorme sucesso, tão grande, mas tão grande quanto o ego do seu vocalista, Axl Rose. Sim, falo de Guns N' Roses e de seu enorme sucesso, Sweet Child O' Mine, celebrado até hoje e com a sua mais que merecida 1ª posição na Billboard Hot 100, durante duas semanas em Setembro de 1988.

Sim, minhas doces crianças, música boa vem por acaso, e essa não seria diferente. Slash, Duff e Izzy estavam sentados na sala de estar perto da lareira, onde Slash estava tocando a introdução de "Sweet Child O' Mine", enquanto os outros dois estavam tocando os acordes por trás dela. Axl, que estava no andar de cima, em seu quarto, começou a escrever a letra. Slash classificava aquela sequência de guitarra como um "exercício pessoal meio idiota", mas para sua surpresa, no dia seguinte, quando estavam ensaiando no Burbank Studios (fazendo uma pré-produção), Axl quis que tocassem novamente o que estavam tocando na noite anterior. Logo, ela se transformou em uma música, e ao ser lançada fez o maior sucesso. Alguns dizem que Izzy fez a música com a ajuda de Slash, e outros falam que Axl fez para Erin.

O fato é que o Axl brada aos quatro ventos que a "doce criança" é Erin Everly, namorada de Axl na época e sua futura esposa, a quem ele chegou a oferecer metade dos royalties da música, alegando que nunca poderia ter composto a letra sem ela como inspiração (te contar, se ela recusou, ela foi MUITO burra).

Como a música tem 5:56, a "santa" MTV decide cortar uns pedacinhos... Sabe como é né, pra ficar mais compacta, mas isso irou a banda e com razão. As rádios e a MTV cortaram justamente o solo do Slash, o que faz a música ficar sem graça sem ele. Abaixo a transcrição de uma entrevista concedida pelo Axl à Revista Rolling Stones:

"Eu odiei a edição que fizeram em "Sweet Child o' Mine". As estações de rádio me disseram: "Bem, seus vocais não serão cortados", mas a minha parte preferida da canção era exatamente os solos de guitarra. Não havia razão para que tivessem diminuído a música, exceto por quererem abrir mais espaço para os anúncios publicitários e com isso os proprietários das rádios faturarem mais dólares."

Taí, umas das poucas palavras sábias que o Axl proferiu ao longo de sua carreira. No mais, eu digo: Pra onde você vai agora, doce criança? Eu mesma respondo: Ouvir no último volume esse solo do Slash!




Em qual disco você pode achar: Appetite for Destruction (1987)


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Má reputação


Bom, tá na hora de retomar a reputação deste blog, não é?

Brincadeiras à parte e como diria Joan Jett "Eu não to nem aí sobre a minha reputação", afinal o blog tem o propósito de relatar a história de cada canção, em todos os seus prismas, sendo essa história positiva ou não, sem preconceitos.

Falando em preconceitos, todo admirador do AC/DC sabe que a banda é mal vista, comparada aos satanistas por vezes (e, em até certo ponto eles têm certa razão...) e que detém influência "negativa" sobre as pessoas.

Porém, como diz o velho ditado "a maldade está nos olhos de quem vê" e eu acrescento "e nos ouvidos de quem ouve". Aconteceu isso com a música Night Prowler que, "carinhosamente" teve seu título alterado para Night Stalker.

O que aconteceu foi o seguinte, Ricardo Leyva Muñoz Ramírez, um assassino, era fã da AC/DC e, de acordo com fontes policiais, vestiu uma camiseta da banda quando cometeu alguns dos crimes, e ainda deixou um chapéu da banda em uma das cenas do crime. A canção do álbum Highway To Hell descreve a entrada sorrateira noturna no quarto de uma mulher, e era, alegadamente, a canção favorita de Ramírez e contribuiu para a sua alcunha “Night Stalker”.

Mas espere! Alguns anos mais tarde, o incidente foi descrito na edição dos AC/DC no programa da VH1, “Behind the Music”. A banda explicou que, embora a canção tivesse adquirido uma conotação negativa associada aos homicídios, na realidade era sobre um rapaz que entrava, às escondidas, no quarto da namorada, sem os pais dela saberem.
Tá, tudo bem, não é o sentido mais puro do mundo mas, pelo menos não se refere a assassinatos não? É aquela história, cada um interpreta a música do jeito que quer né? A mente humana é estranha, não?


Em qual disco você pode achar: Highway To Hell (1979)