domingo, 20 de janeiro de 2013

A volta dos que não foram

Eu volteeeeeii, voltei para ficaaaaar, por que aquiiii, aqui é meu lugar!!

Ah Deus, que saudades de escrever aqui... Mas a vida é tão louca e a minha então nem se fale e, como resultado, abandonei uma das coisas que mais gostei de ter feito em 2012.

Daí fui vendo as minhas postagens... as visualizações que tive, as cobranças que recebi do tipo "Mas e aí?? Não vai voltar a escrever nunca mais?". Realmente, negligenciei e vi que tudo estava como antes: a vontade de escrever, as pessoas que gostam de ler, tudo! Só estavam aguardando que eu voltasse a digitar enlouquecidamente as palavras que surgiam na minha cabeça.

Penso que o Roberto Carlos quando escreveu "O Portão" teve o mesmo sentimento. O sentimento de voltar para algo bom, que traz conforto, calma, paz... O Axaxá  - esse é o nome do cachorro da composição - conseguia dar a sensação de "lar" ao Roberto.

Abaixo transcrevo um trecho, lindo, que conta a história do herói deste post, o Axaxá


"Na música O Portão, quando meu pai canta "Eu cheguei em frente ao portão / Meu cachorro me sorriu latindo", ele retrata uma cena que de fato acontecia, em nossa casa no Morumbi, onde moramos até o final da década de 70. O cachorro que sorria latindo era o Axaxá, um vira-latão mesmo, um vira-lata autêntico, original, bem peludinho, branco, de porte médio, daqueles de orelhas caídas, o rabo enrolado para cima, em forma de C. Aliás, uma coisa que me faz especialmente bem, nas músicas dele, é retratar as cenas que ele viveu, ou imaginou, ou que alguém viveu. 
Aquela cena acontecia quando ele voltava de shows, de viagens. Nossa casa tinha uma rampa grande, na entrada. Era ali que o Axaxá ficava esperando por ele, atrás do portão. Meu pai chegava de carro, buzinava, ia subindo a rampa e o Axaxá corria atrás, como um louco. Ficava dando voltas em torno do carro, querendo entrar. Quando meu pai descia, ele ficava dando voltas em torno do meu pai, sem pular no peito ou nas pernas do meu pai, mas fazendo festa. E meu pai também fazia a maior festa para o Axaxá. Nós o chamávamos de Xaxá, mas o nome certo era Axaxá, tirado de um livro infantil, que meu pai leu nos tempos de criança, em Cachoeiro de Itapemirim. Axaxá foi o cachorro da minha infância. Foi o cachorro da nossa infância, minha e de minhas irmãs Ana Paula e Luciana. Entre ele e meu pai, existia uma ligação muito forte, uma ligação emocional."Publicado na Revista "Na Poltrona" n° 26, de agosto/2001, por Dudu Braga.

Roberto se separou da esposa, foi morar num hotel e o Axaxá ficou... Ele ouvia a música de Roberto no rádio e uivava junto. Era a saudade que doía e sumia quando ele aparecia para visitar as crianças. Quem é filho de pais separados sabe o que é isso. Eu passei por isso e era bem assim: O Snoopy (meu finado cachorro) enlouquecia quando via meu pai chegando e ficava olhando pra gente com uma cara de "cadê ele??!" que era desanimadora.

Meu blog estava com saudades de mim e eu com saudades dele. Nossa relação é especial, assim como eu tenho com outras coisas que me pertencem. Então eu voltei, para as coisas que eu deixei. Eu voltei.
Em qual disco você pode achar: Roberto Carlos (1974)