domingo, 3 de março de 2013

As mentiras que as pessoas contam

Quem nunca bebeu demais que atire a primeira pedra. O triste de beber demais é que, via de regra, o dia seguinte é regado a muita água (de coco ou não), dor de cabeça, enjoo e a famosa frase "eu não vou beber nunca mais". É como promessa de ano novo: você sabe que não vai cumprir mas mesmo assim você faz para dar um jeito na ressaca moral.

Ah! Como é oriundo do ser humano mentir não? Dou 1 semana para a promessa cair por terra. E quem não bebe não tem história pra contar (pelo menos não suas e sim alheias). Digo mais, as maiores culturas inúteis  - ou úteis, depende do ponto de vista - e os melhores círculos sociais e bandas notáveis se formam na mesa de bar e regado a bebida.

Taí o Matanza que não me deixa mentir. Quer filosofia de boteco melhor que essa?? Abaixo transcrevo a bela canção que está regendo o meu domingo:

"Eu não bebo mais
Chega de beber conhaque de alcatraz
Gasolina de avião e óleo diesel "num" copo com limão

Eu não bebo mais
Show no Mercy, reign in blood, death rite
Cicuta club soda, gin é foda e Pau pereira nunca mais"

Te garanto que o dia que esse cara compôs essa música a ressaca estava nervosa. Mas, caro leitor deste bloguinho, falarei mais dessa banda que tem um clima de faroeste e arranca risos e te lembra de coisas impublicáveis.

Matanza foi criado para ser uma banda de diversão. Claro, tudo que envolve dinheiro e obrigações fica um pouco sério mas, falar sério o tempo todo enche o saco e até no campo musical é assim. Falar de amor, de desgraça, de morte e de mazelas é bom para uma tarde chuvosa e você olhando com cara de paisagem pela janela. Música inglesa me dá essa sensação de reflexão. Hoje eu não tô pra música inglesa, tô pra ouvir que bom é quando faz mal! Todo mundo gosta e precisa rir.

Veja a ideia das composições e se permita a concordar que é engraçado demais:


"No início era só falação de merda. Era “Eu Não Bebo Mais”, “Ela Roubou Meu Caminhão”, éramos muito isso, muito de verdade pra gente. Bebíamos pra caralho, naquele momento só fazia sentido falar disso. Eu tenho o maior orgulho disso, realmente acho que a gente inventou um estilo, eu não conheço banda que faça country hardcore. Conheço uma porrada de maluco que faz country rock, southern rock… Aquele disco, o “To Hell”, só com músicas do Johnny Cash, é um disco de country hardcore. Tocamos 13 músicas de 13 maneiras diferentes de misturar country com hardcore, não com rock. Aquilo ninguém fez. Se nós tivemos um momento do ápice do country hardcore, é aquele momento. E o mérito é do compositor Donida, que eu considero um maluco brilhante, fora do normal."

Para fechar, só digo uma coisa: Um beijo pra você, que assim como eu, se divertiu horrores no sábado, ensaiando no estúdio, bebendo vodka como se não houvesse amanhã (aham, tá senta lá Cláudia) e está arcando com as consequências disso.  Fica a minha promessa: Eu não bebo mais.

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